
Há uns anos atrás, quando da instalação da Celtejo-Celuloses do Tejo, inaugurada em 1971, o lagostim do Luisiana foi introduzido, tendo-se adaptado à poluição enquanto algumas espécies se extinguiram, pescam agora lagostim que vendem para entreposto espanhol com sede em Vila Velha de Ródão.
A Celtejo-Celuloses do Tejo, de Luís Martins, teve alvará concedido por Salazar em 1966, no inicio só trabalhavam com pinheiro, mal menor. Só mais tarde foi adaptada ao eucalipto com o apoio do leader/consultor mundial de celuloses Jaakko Pöyry. A partir daí “envenenou-se” o rio e toda a área circundante no alto Tejo com eucaliptos, lembram-se dos fogos de 2003? Com este governo piora-se a situação, é aprovada legislação que promove a sua plantação. Há até quem diga, que nos começaremos a chamar Eucaliptal.
Mas os problemas da morte do Tejo, não estão só aqui no Alto Tejo em Portugal, a seca veio pôr mais a descoberto a grave situação, é preciso rever com Espanha, a Convenção de Albufeira que rege as águas dos rios entre os dois países, esta não é revista há quase 20 anos, desde 1998.
Logo no início as águas são desviadas para o rio Segura para regar a agricultura intensiva no sul de Espanha. Ao entrar em Toledo, os caudais do rio Jarama, que recolhe todos os esgotos da capital e dos seus dormitórios suburbanos, representando até "80% do volume total do rio Tejo.
Muitos outros problemas existem, como a poluição invisível resultante da laboração da reaproveitada Central Nuclear de Almaraz a pouco mais de 100km da fronteira. E nós aqui permanecemos impávidos e serenos.
A AZU, Associação Ambiente em Zonas Uraniferas, desde há muito que tem vindo a acompanhar a situação do rio Tejo, a Associação integra o movimento proTejo e preocupa-nos também mais um possível atentado ao grande rio, a possível exploração de urânio em Nisa. (Movimento Urânio em Nisa Não)
É urgente rever a Convenção de Albufeira, aumentar o caudal anual manifestamente insuficiente, estabelecendo periocidade dos caudais semanais e trimestrais próxima do valor estabelecido anualmente. Assim só libera mais água fora das estações das chuvas. Definir um caudal ecológico. Imediato controlo da água à entrada de Portugal, a seguir à Barragem de Cedilho. Coimas mais pesadas e sanções ambientais para os incumpridores da Convenção de Albufeira segundo o princípio da prevenção e do poluidor pagador, assim como responsabilização aos dirigentes das autarquias que licenciam e vigiam os licenciamentos das actividades relacionadas com o Tejo.
AZU, Associação Ambiente em Zonas Uraniferas
Nisa 19-06-2015
Mais informações: 966395014/932039759