Santa Teresa ( Brasil) no foco do mundo nuclear


No final de maio de 2011, o Bairro Santa Teresa, no Rio de Janeiro, vai estar no foco do mundo. No tope do bairro, no Parque das Ruínas e também no lindo Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, vai acontecer o 1º Festival Internacional de Filme sobre Energia Nuclear - Urânio em Movi(e)mento. "O festival já está atraindo diretores de filmes, cientistas e ativistas de vários países do mundo, como o autor e cientista David Fig", fala Marcia Gomes de Oliveira a co-diretora do festival. Ela já recebeu mais de 40 filmes internacionais, documentários de curta e longa metragem sobre o ciclo nuclear de todos os continentes. Também chegaram filmes nacionais como o filme “Pedra Podre” de Walter Behr, Eve Lise Silva, Ligia Girão e Stela Grisotti sobre as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2.

Uma surpresa será a première mundial de um filme sobre a mineração de urânio em Caetité, que está sendo produzido agora.

Marcia: "Estes filmes que já recebemos garantem um grande evento no Rio de Janeiro com várias première da América Latina. Vivemos num momento de grandes mudanças mundiais. A questão da energia é fundamental para a sobrevivência das sociedades e da vida de nosso planeta. O festival vai ser uma semana de reflexão sobre a política nuclear no mundo e no Brasil." O Governo Dilma Rousseff anunciou a construção de até 50 usinas nucleares no Brasil e isto precisa de uma discussão, uma participação da sociedade brasileira.

No momento, a produção do festival está selecionando os filmes que irão ser exibidos de 21 até 28 de maio no Rio de Janeiro e em junho em São Paulo (Centro Cultural Matilha). Já são selecionados os primeiros 10 filmes: "Uranium Road“ da África do Sul do diretor Theo Antonio sobre a indústria nuclear da África do Sul; “The Return of Navajo Boy” dos EUA com o diretor Jeff Spitz sobre a mineração de urânio no território do povo indígena navajo; “Fight for Country” da Austrália do diretor Pip Starr sobre a luta dos aborígenes e ambientalistas contra uma grande mineração de Urânio no norte de Austrália; “Uranio 238: La Bomba Sucia del Pentágono” de Costa Rica do diretor Pablo Ortega sobre a munição radioativa que os Estados Unidos estão usando nas guerras na ex Iuguslávia e Iraque; “Yellow Cake. Die Luege von der sauberen Energie” da Alemanha do diretor Joachim Tschirner que desmascara a grande mentira da indústria nuclear de ser uma "energia limpa". “Uranium” do diretor canadense Magnus Isacsson sobre a poluição radioativa feita pelas minas de urânio no Canadá. “Project of Decay” de Suécia do diretora Klara Sager sobre o povo indígena samen do norte da Suécia que sofre até hoje por causa do desastre nuclear de Chernobyl em 1986, embora viverem 5 mil quilometros longe da Ucrânia; “Into Eternity” do diretor dinamarquês Michael Madsen sobre a questão do lixo altamente radioativo das usinas nucleares; “Hiroshima - a Film of Human Survival” da EUA/Japão do diretor David Rothauser sobre os sobreviventes da primeira bomba atômica dos Estados Unidos jogada na cidade japonesa de Hiroshima no final da 2ª Guerra Mundial; “U: Uranium” um filme dos EUA sobre os efeitos graves da mineração de urânio na área indígena dos Navajo em Nuevo Mexico e Arizona da diretora Sarah Del Seronde.