Encontro Debate

"Contexto Internacional da Exploração de Urânio - Apresentação dos casos da Namíbia e do Brasil"

Norbert Suchanek - Jornalista

Marcia Gomes - Socióloga

Dia 22 de Janeiro, às 21.00 horas em Nisa
Auditório da Biblioteca Municipal de Nisa


Organização:
MUNN (Movimento Urânio em Nisa Não)
QUERCUS (Nucleo de Portalegre)
AZU (Associação das Zonas Uraníferas)
ADN (Associação Desenvolvimento de Nisa)
NISACOM (Associação Comercial de Nisa)
TERRA (Associação de Desenvolvimento Rural de Nisa)

Encontro com o Brasil

Um casal, o jornalista Norbert Suchanek e a socióloga Márcia Gomes têm-se dedicado ao estudo da opção nuclear e comunidades afectadas, Reportagens, filmes documentários sobre o assunto, especialmente sobre o movimento gerado em Nisa, Movimento Urânio em Nisa! Não (MUNN), que podes ver aqui, Moradores não querem mineração de Urânio, Protestos nos EUA e em Portugal, por que o silêncio no Ceará?.Edição de 25 de Abril de 2008.
Quando o governo Lula vai apostando fortemente nesta opção, ainda este ano nova exploração, no Ceará, assim como a construção de nova central nuclear, em Angra dos Reis.
No final de Outubro, participam num encontro na Namíbia, sobre exploração de urânio (ver abaixo). Percebem a urgência de realizar debates nos países de língua portuguesa. Neste sentido estarão em Nisa no período de 22 a 25 deste mês com a intenção de realizar um documentário tendo como objectivo de esclarecer as populações locais e internacionais sobre a perigosidade do uso e manipulação deste minério.
Donde se prontificam realizar uma palestra/debate em que apresentarão o contexto actual no Brasil. Neste sentido fazem-se contactos com os ex trabalhadores da Urgeiriça, na pessoa do António Minhoto. António Eloy, independente do Movimento Não á Opção Nuclear. Quercus Nuno Sequeira, do núcleo Portalegre. Paulo Bagulho porta-voz do Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN), associações de Nisa e autarquia Local.

Tribuna Cívica e Marcha da Indignação

Mais de 300 pessoas manifestaram-se no domingo 19 de Outubro de 2008 em Nisa, contra a eventual exploração de urânio no concelho, num protesto que reuniu ecologistas, autarcas e agricultores. Os manifestantes, onde se destacava grande presença de jovens, percorreram os dois quilómetros que separam a vila alentejana da principal jazida de urânio do concelho gritando, entre outras palavras de ordem, "Urânio em Nisa não", "Não, não, não à contaminação".
A iniciativa foi do Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN), da Quercus e de várias entidades locais, como o município, a associação comercial, Associação de Desenvolvimento de Nisa, Terra-Associação para o Desenvolvimento Rural e Associação Ambiente em Zonas Uraníferas.
Nos cartazes podia ler-se: "Contra o urânio por um respirar saudável", "Nisa diz não ao urânio", "Nisa sim, urânio não".
Numa tribuna cívica realizada durante a manhã, ex-trabalhadores das minas da Urgeiriça (Nelas) prestaram o seu depoimento contra a exploração deste minério na região. Outras intervenções apontaram para a responsabilização do Estado, acusado de crimes contra a saúde dos trabalhadores por negligência de informação quanto aos riscos decorrentes do contacto prolongado com urânio. Foi ainda exigida a aceleração da recuperação ambiental da zona, onde existem mais de seis dezenas de minas abandonadas, águas poluídas e materiais tóxicos espalhados de forma incontrolada.
O concelho de Nisa, no distrito de Portalegre, possui no seu jazigo inexplorado de urânio um potencial que ronda os 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a tratamento, 650 mil quilos de óxido de urânio e 760 mil toneladas de minério seco.
Para a presidente do município local, Gabriela Tsukamoto, a eventual exploração de urânio em Nisa "é uma incógnita, porque não se sabe as consequências em termos de saúde pública, ambientais e em termos económicos". Para a autarca, "é preferível pegar nos recursos do concelho, como os queijos, os enchidos, os bordados, o termalismo e torná-los mais sustentáveis".
O responsável do núcleo regional de Portalegre da associação ambientalista Quercus, Nuno Sequeira, disse à agência Lusa que a acção de contestação "pretende sensibilizar o Governo para recusar o avanço da exploração de urânio na zona de Nisa". Para ele, "é importante não esquecer os erros cometidos em toda esta actividade na zona centro do país, as marcas familiares, dramas de saúde e ambientais e alertar para as consequências gravosas que poderá trazer para o concelho de Nisa e para o distrito", avisou.