MANIFESTAÇÃO PELO ENCERRAMENTO DA CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ, JUNTO AO RIO TEJO, EM ESPANHA


A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza vai estar presente no Sábado, dia 17 de Setembro, a partir das 11.00h (hora portuguesa) em Almaraz, na Manifestação Antinuclear, pelo encerramento da Central Nuclear aí localizada. Da comitiva portuguesa constarão membros de vários Núcleos Regionais da Quercus-ANCN.

Pelo encerramento da Central de Almaraz

Uma vez mais a Quercus vai juntar-se a diversas associações ecologistas e movimentos espanhóis que lutam pelo encerramento desta central nuclear, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 km da fronteira com Portugal.

A Central de Almaraz tem tido incidentes com regularidade, existindo situações em que já foram medidos níveis de radioactividade superiores ao permitido. Portugal pode vir a ser afectado, caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente. Para além disto, Portugal não revela estar minimamente preparado para lidar com um cenário deste tipo, pelo que a acontecer um acidente grave, isso traria certamente sérios impactes imediatos para toda a zona fronteiriça, em especial para os distritos de Castelo Branco e Portalegre.

Em Almaraz, acidentes como o ocorrido em Maio de 2008, que obrigou à evacuação do pessoal do recinto de contenção e onde foram libertados cerca de 30 000 litros de água radioactiva que após tratamento teve que ser libertada no rio Tejo, apenas vêm reforçar a importância de se proceder ao encerramento desta central, que ultrapassou já o seu período normal de vida. Com efeito, esta Central, que está já a funcionar desde o início dos anos 80, acabou por não encerrar na data prevista – Junho de 2010 - devido ao facto do Governo Espanhol ter, contrariamente às anteriores intenções, prolongado o prazo de funcionamento da Central por mais 10 anos, até Junho de 2020.

Num ano marcado pelos 25 anos do acidente na Central Nuclear de Chernobil e pelo grave acidente, ainda não resolvido, ocorrido na Central Nuclear de Fukoshima, no Japão, a Quercus manifesta desde já grande preocupação com este prolongamento do prazo de funcionamento da Central Nuclear de Almaraz e exige que o Governo Espanhol cumpra com as suas promessas de abandono gradual da energia nuclear e tome a decisão de encerrar esta Central a curto prazo.

O programa de dia 17 de Setembro

A manifestação pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz terá início às 11.00h (hora de Portugal) na Plaza Nueva, em Almaraz, prosseguindo depois, num percurso a pé até à Central Nuclear de Almaraz, ao longo de cerca de uma hora e meia.

Esta manifestação contará com a participação e apoio das seguintes organizações: Plataforma Antinuclear Cerrar Almaraz, Plataforma Refinería No, Plataforma Cementerio Nuclear No, Ecologistas en Acción Extremadura, ADENEX, Quercus, Fapas, LPN, CAC-CGT, Esquierda Anticapitalista, Juventudes Comunistas, Izquierda Unida, CNT, PCEX, Associacion juvenil El Garabato, Sodepaz e Grupo Retama.

Lisboa, 16 de Setembro de 2011

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

Para mais informações contactar:

Nuno Sequeira, Presidente da Direcção Nacional, telemóvel 93 778 84 74 (em Almaraz)

Francisco Ferreira, Vice-presidente da Direcção Nacional, telemóvel 93 778 84 70 (em Lisboa)

José Janela – Presidente do Núcleo Regional de Portalegre, telemóvel 96 020 70 80

O Mal da Mina

“O Mal da Mina” retrata o grave problema de saúde da população da Urgeiriça, (concelho de Viseu) e da zona envolvente – o cancro no pulmão e na tiroide.

A Urgeiriça foi terra de mineiros. A exploração e tratamento de urânio (minério radioativo) enriqueceu muita gente, mas também matou muitos trabalhadores e até familiares. Apesar da Empresa Nacional de Urânio ter encerrado em 2004 muitas pessoas continuam a adoecer com o mesmo mal.

O contacto com este minério não se limitava à mina, uma vez que o material radioativo ficou espalhado por toda a região (na via pública; nas casas; em aterros).

No entanto, a descontaminação da zona está longe de estar terminada.

“O Mal da Mina” é uma reportagem de Mafalda Gameiro com imagem de António José Fernandes e edição de António Antunes. A produção é de Amélia Gomes Ferreira.

Veja o video aqui.